sexta-feira, 18 de junho de 2010

Mude - texto adaptado por Pedro Bial

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Sabe o que eu mais queria na vida?



Sabe o que eu mais queria na vida?
Queria, durante uma semana, só ler notícias boas...

Nem precisava que elas fossem tão boas; bastava que não houvesse nenhuma ruim.
As manchetes dos jornais não precisariam falar de coisas muito importantes.
Poderiam contar que neste ano estão crescendo flores, misteriosamente, em todos os canteiros de todos os prédios, e que até as vielas das favelas estão floridas e coloridas.
Além disso, por um capricho da natureza, elas estariam mais cheirosas do que nunca, e que esse fenômeno está fazendo com que as pessoas estejam mais gentis, mais delicadas, mais felizes. E os traficantes, no lugar de traficar, levariam grandes buquês para suas namoradas, que retribuiriam com beijos e palavras amorosas.
Os jornais diriam que nossos deputados e senadores se renderam à beleza que tomou conta do país, e durante esta semana esqueceriam de seus interesses particulares e só votariam projetos a favor do bem-estar geral.

E isso lhes faria tanto bem que eles sairiam do congresso a pé, falando com todas as pessoas com quem cruzassem na rua, sorrindo, simpáticos, como faziam quando estavam em campanha.
Eles também colheriam e levariam flores para suas mulheres, com um carinho que elas já haviam esquecido que existia.

As rádios só tocariam canções de amor, e as televisões mostrariam praias, montanhas, lugares lindos onde se poderia passar uns dias só sendo feliz, mais nada.

Algumas pessoas não seriam citadas no noticiário desta semana, e seria proibido falar de qualquer partido político, já que eles só nos trazem desgosto. Responda rápido: algum deles lhe trouxe alguma alegria nos últimos tempos?

Nessa semana, só uma coisa seria proibida: tirar fotos com o celular.
Para que as pessoas soubessem que os momentos de verdadeira felicidade são guardados dentro do peito, deles não se esquece, e para isso não precisamos de nenhuma maquininha.
Barraquinhas ofereceriam água de coco gelada e pão de queijo fumegando, de graça, como se estivéssemos numa quermesse...

Ninguém teria a menor preocupação com coisa alguma, ninguém falaria de doenças nem de tragédias, até porque ninguém estaria doente e nenhuma tragédia teria acontecido.
Teríamos a ilusão, durante uma semana, de que a vida seria assim, para sempre; e à noite, quando aparecessem os primeiros vaga-lumes, a certeza de que todos nossos sonhos iriam se realizar.
Aliás, uma semana seria demais; bastaria que fosse assim por um dia.

danuza leão

terça-feira, 1 de junho de 2010

Fernando Pessoa



Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.

Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..
E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão

Fernando Pessoa

quinta-feira, 20 de maio de 2010

AMORES MAL RESOLVIDOS




Olhe para um lugar onde tenha muita gente: uma praia, num domingo de 40º,uma estação de metrô, a rua principal do centro da cidade.
Metade deste povo sofre de Dor de Cotovelo. Alguns trazem dores recentes,outros trazem uma dor de estimação, mas o certo é que grande parte desses
rostos anônimos tem um Amor Mal resolvido, uma paixão que não se evaporou completamente, mesmo que já estejam em outra relação.
Por que isso acontece?
Tenho uma teoria, ainda que eu seja, acima de tudo, menos teórico no assunto. Acho que as pessoas não gastam seu amor. Isso mesmo. Os amores que ficam nos assombrando não foram amores consumidos até o fim. Você sabe, o amor acaba.
É mentira dizer que Não. Uns acabam cedo, outros levam 10 ou 20 anos para terminar, talvez até mais. Mas um dia acaba e se transforma em outra coisa:
lembranças, amizade, parceira, parentesco, e essa transição não é dolorida se o amor for devorado até o fim.
Dor de Cotovelo é quando o amor é interrompido antes que se esgote.
O amor tem que ser vivenciado. Platonismo funciona em novela, mas na vida real demanda muita energia sem falar do tempo que ninguém tem para esperar.
E tem que ser vivido em sua totalidade. É preciso passar por todas as etapas: atração-paixão-amor-convivência-amizade-tédio-fim.
Como já foi dito, este trajeto do amor pode ser percorrido em algumas
semanas ou durar muitos anos. Mas é importante que transcorra de ponta a ponta, senão sobra lugar para fantasias, idealizações, enfim, tudo aquilo que nos empaca a vida e nos impede de estarmos abertos para novos amores.
Se o amor foi interrompido sem ter atingido o fundo do pote, ficamos
imaginando as múltiplas possibilidades de continuidade, tudo o que a gente poderia ter dito e não disse, feito e não fez
Gaste seu amor.
Usufrua-o até o fim.
Enfrente os bons e maus momentos.
Passe por tudo que tiver que passar, não se economize!
Sinta todos os sabores que o amor tem, desde o adocicado do início até o amargo do fim, mas não saia da história na metade.
Amores precisam dar a volta ao redor de si mesmo, fechando o próprio
ciclo.
Isso é que libera a gente para Ser Feliz Novamente.
"Não quero ser uma coisa nova em sua vida e envelhecer quando anoitecer o dia. Quero dobrar as esquinas do seu mundo, e, ao partir, deixar sensação de que nunca fui embora..."

Arnaldo Jabor

domingo, 2 de maio de 2010

Competentes Perplexos

Vivemos tempos difíceis.
Tempos de desafetos constantes, de desamor, de violência na família e na empresa.
Tempos em que esse capitalismo massacrante tem comido as dignidades humanas pela raiz.
O que sobra?
Desempregados , competentes e perplexos com a crescente competitividade que os afoga no mar de atitudes ambiciosas e malditas de seus competidores (que deveriam ser colaboradores) de pouco caráter e competência,que se seguram no saco do patrão ou do chefe como se fora o corrimão do sucesso.Ledo engano!
Quanto profissional de valor sendo jogado de lado! Quantos despreparados cavando seus espaços!
Sobrevivem na empresa, apenas os que nada realizam pois a ninguém incomodam com sua passividade.
Sobrevivem os amigos dos donos ou os de seus familiares que só fazem apoiar os patrões seguindo-os á risca sem jamais contradizê-los no sentido de mostrar-lhes os caminhos que acreditam ser o melhor para os objetivos do empreendimento.
E assim muitos mantêm os mesmismos catatônicos que afogam toda ânsia de crescimento dos idealistas, caracteristicamente impacientes, sempre procurando os melhores resultados.
Carecemos perceber e acreditar mais nas pessoas com dons e talentos!!
Carecemos poupar energia, tempo e dinheiro.
Precisamos ousar com o talento e a competência dos que provarem ser capazes.
Vivemos tempos difíceis que exigem ações rápidas e inteligentes,principalmente no maior dos investimentos,os recursos humanos.
Felizes os capitães de empresa que prezam seus talentos e os fidelizam como jóias raras.
Investem pesado neles pois sabem que terão retorno certo e dobrado.
O melhor de todos os retornos será o de uma atitude ética na relação com seus colaboradores que ficará impressa em sua imagem.
Deveríamos pensar mais em agregar o valor intrínseco ás pessoas, atualmente,tão banalizadas.
Maio de 2010
Maria Rita da Silveira Bernardi

terça-feira, 27 de abril de 2010

A rã que não sabia que estava a ser cozinhada...



Imagine uma panela cheia de água fria, na qual nada tranquilamente uma pequena rã. Um pequeno fogo debaixo da panela e a água aquece muito lentamente. Pouco a pouco a água fica morna e a rã, achando isso bastante agradável, continua a nadar. A temperatura da água continua a subir...
Agora a água está mais quente do que a rã gostaria. Sente-se um pouco cansada, mas, não obstante, isso não a amedronta. Agora a água está realmente quente e a rã começa a achar desagradável, mas está muito debilitada. Então aguenta e não faz nada...
A temperatura continua a subir, até que a rã acaba, simplesmente, morta e cozida. Se a mesma rã tivesse sido lançada diretamente na água a 50 graus, com um golpe de pernas teria pulado imediatamente da panela. Isto mostra que, quando uma mudança acontece de um modo suficientemente lento, escapa à consciência e não desperta, na maior parte dos casos, nenhuma reação, nem um pouco de oposição ou alguma revolta.
Se ainda não estás como a rã, já meio cozida, dá um golpe de pernas, antes que seja tarde demais.

Olivier clerc,escritor e filósofo, nesta sua breve história,pela metáfora, põe em evidência as funestas conseqüências da não consciência da mudança que afeta a nossa saúde,as nossas relações,a evolução social e o ambiente.

terça-feira, 20 de abril de 2010



A mente apaga registros duplicados

O cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos.

Se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília, sem portas ou janelas, sem relógio..... você começará a perder a noção do tempo.

Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as reações internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos, ciclos de sono, fome, sede e pressão sanguínea.

Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos, como o nascer e o pôr do sol.

Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que considerar:

Nosso cérebro é extremamente otimizado.

Ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho.

Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia.

Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar conscientemente tal quantidade.

Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não aparece no índice de eventos do dia e portanto, quando você vive uma experiência pela primeira vez, ele dedica muitos recursos para compreender o que está acontecendo.

É quando você se sente mais vivo.

Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente colocando suas reações no modo automático e 'apagando' as experiências duplicadas.

Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque parece que o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os Natais chegam cada vez mais rapidamente.

Quando começamos a dirigir automóveis, tudo parece muito complicado, nossa atenção parece ser requisitada ao máximo.

Então, um dia dirigimos trocando de marcha, olhando os semáforos, lendo os sinais ou até falando ao celular ao mesmo tempo.

Como acontece?
Simples: o cérebro já sabe o que está escrito nas placas (você não lê com os olhos, mas com a imagem anterior, na mente); O cérebro já sabe qual marcha trocar (ele simplesmente pega suas experiências passadas e usa , no lugar de repetir realmente a experiência).

Ou seja, você não vivenciou aquela experiência, pelo menos para a mente. Aqueles críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa são apagados de sua noção de passagem do tempo.

Quando você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga a experiência repetida.

Conforme envelhecemos as coisas começam a se repetir - as mesmas ruas, pessoas, problemas, desafios, programas de televisão, reclamações, -.... enfim... as experiências novas (aquelas que fazem a mente parar e pensar de verdade, fazendo com que seu dia pareça ter sido longo e cheio de novidades), vão diminuindo.

Até que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o que tivemos de novidade na semana, no ano ou, para algumas pessoas, na década.

Em outras palavras, o que faz o tempo parecer que acelera é a...

ROTINA

A rotina é essencial para a vida e otimiza muita coisa, mas a maioria das pessoas ama tanto a rotina que, ao longo da vida, seu diário acaba sendo um livro de um só capítulo, repetido todos os anos.

Felizmente há um antídoto para a aceleração do tempo: M & M (Mude e Marque).

Mude, fazendo algo diferente e marque, fazendo um ritual, uma festa ou registros com fotos.

Mude de paisagem, tire férias com a família (sugiro que você tire férias sempre e, preferencialmente, para um lugar quente, um ano, e frio no seguinte) e marque com fotos, cartões postais e cartas.

Tenha filhos (eles destroem a rotina) e sempre faça festas de aniversário para eles, e para você (marcando o evento e diferenciando o dia).

Use e abuse dos rituais para tornar momentos especiais diferentes de momentos usuais.

Faça festas de noivado, casamento, 15 anos, bodas disso ou daquilo, bota-foras, participe do aniversário de formatura de sua turma, visite parentes distantes, entre na universidade com 60 anos, troque a cor do cabelo, deixe a barba, tire a barba, compre enfeites diferentes no Natal, vá a shows, cozinhe uma receita nova, tirada de um livro novo.

Escolha roupas diferentes, não pinte a casa da mesma cor, faça diferente.

Beije diferente sua paixão e viva com ela momentos diferentes.

Vá a mercados diferentes, leia livros diferentes, busque experiências diferentes.

Seja diferente.

Se você tiver dinheiro, especialmente se já estiver aposentado, vá com seu marido, esposa ou amigos para outras cidades ou países, veja outras culturas, visite museus estranhos, deguste pratos esquisitos... em outras palavras... V-I-V-A. !!!

Porque se você viver intensamente as diferenças, o tempo vai parecer mais longo.

E se tiver a sorte de estar casado(a) com alguém disposto(a) a viver e buscar coisas diferentes, seu livro será muito mais longo, muito mais interessante e muito mais
v-i-v-o... do que a maioria dos livros da vida que
existem por aí.

Cerque-se de amigos.

Amigos com gostos diferentes, vindos de lugares diferentes, com religiões diferentes e que gostam de comidas diferentes.

Enfim, acho que você já entendeu o recado, não é?

Boa sorte em suas experiências para expandir seu tempo, com qualidade, emoção, rituais e vida.

E S CR EVA em tAmaNhos diFeRenTes e em CorES di fE rEn tEs !

CRIE, RECORTE, PINTE, RASGUE, MOLHE, DOBRE, PICOTE, INVENTE, REINVENTE...

V I V A !!!!!!!!

(Artigo do jornal O Estado de São Paulo)
Por Airton Luiz Mendonça.